12 de maio de 2020

Cultura Organizacional [parte 2]

foto: blog.convenia.com.br
Esse artigo é a continuação da parte 1 do tema. Se você ainda não leu a primeira parte, volta lá.

Anteriormente, falamos sobre o conceitos, as características e as funções da Cultura Organizacional, além de diferenciar fortes e fracas, dominantes e subculturas.

Vamos seguindo...

A Cultura Organizacional como um passivo
A cultura torna-se um passivo quando os valores compartilhados não contribuem efetivamente para o alcance dos objetivos organizacionais.
Isso acontece, mais facilmente, como organizações mais dinâmicas, pelo fato de mudar sempre e muitas vezes a cultura organizacional não muda na mesma velocidade.

Criando e Mantendo a Cultura Organizacional
A fonte primária da cultura organizacional são os seus fundadores => sabem o que ele deve ser e não são limitados por ideologias anteriores. Entretanto, vieses dos fundadores também aparecem na construção da cultura.
Geralmente, como todas as empresas começam pequenas, é mais fácil importa a cultura a todos os membros. A interação entre as premissas e os vieses dos fundadores e o aprendizado das experiências de seus primeiros membros resulta na cultura organizacional.
Depois de criada precisa ser mantida e três forças podem ajudar nisso[1]: seleção, dirigentes e socialização.
  • Seleção: o ideal é que a empresa perceba dentro do processo de seleção quem são os candidatos que possuem valores idênticos aos seus, ou, pelo menos, parte deles. Além disso, tanto organização quanto profissional, possam desistir do processo quanto perceberem conflitos nessa relação de valores
  • Dirigentes: um líder ao se comportar e ao falar ele também está estabelecendo normas que são difundidas pela organização. Desta forma um comportamento dissonante à cultura organizacional é prejudicial para sua manutenção;
  • Socialização: mesmo com atenção ao processo de seleção para contratar pessoas que tenham os valores coerentes com os organizacionais, eles ainda não estão totalmente familiarizados com a cultura organizacional. Por isso, processos de divulgação e internalização da cultura dominante é essencial.
Como os funcionários aprendem a Cultura Organizacional
A Cultura Organizacional é essencialmente aprendida através de: histórias, rituais, símbolos materiais e linguagem[1]:
  • Histórias: as histórias circulam pela organização, geralmente sendo de eventos ocorridos com seus fundadores, da obtenção de enormes sucessos, da recolocação de funcionários; ex: Henry Ford dizia a seus executivos quando estes estavam com comportamentos esnobes: “É meu nome que está no prédio”;
  • Rituais: atividades costumeiras que expressam e reforçam os valores fundamentais e os objetivos mais importantes da organização; ex: as cerimônias de premiações da Mary Kay;
  • Símbolos Materiais: as mensagens podem ser transferidas através dos símbolos materiais conferidos a algumas pessoas dentro da organização. Através deles percebe-se quem é mais importante, quais comportamentos são mais adequados; ex: caros de luxo, motoristas e elevadores exclusivos para altos executivos;
  • Linguagem: organizações utilizam linguagens, termos e siglas específicas para identificar equipamentos, escritórios, pessoas, produtos. Uma vez completamente assimiladas por todos os colaboradores funciona como um denominador comum de uma cultura ou subcultura.
Administrando a Mudança da Cultura Organizacional
A mudança da cultura precisa ser trabalhada em médio e longo prazo, visto que é formada por características relativamente estável;
Diversas forças operam para mantê-la (líderes, rituais, socialização);
A mudança da cultura é mais provável quando:
  • Surge uma crise forte: deixa em choque e questiona a cultura vigente – perda de um cliente importante e grande; avanço tecnológico relevante de algum concorrente;
  • Troca de Liderança: novo estilo de liderança, com novos esquemas de valores levam ao impulso de mudanças culturais no ambiente de trabalho;
  • Organizações Jovens e Pequenas: quanto mais jovem, menos enraizada é a cultura. Por isso é mais fácil “desplantar” a cultura vigente e “semear” uma nova.
  • Cultura Fraca: quanto mais fraca, mais fácil é de inserir novos valores

Se você tiver alguma dúvida ou quiser compartilhar algo com a gente, escreve para admedialogos@gmail.com.

Até o próximo diálogo!




[1] ROBBINS, Stephen Paul. Fundamentos do comportamento Organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2004.